BLADE RUNNER E AS LÁGRIMAS NA CHUVA: O CYBERPUNK NO CINEMA DE FICÇÃO CIENTÍFICA COMO METÁFORA DO PRESENTE
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Blade Runner; Distopia; Cyberpunk; Guerra Fria.Resumo
“Blade Runner, o caçador de andróides” (1982) é um filme de ficção científica que se passa no ano de 2019 em uma Los Angeles futurista caótica, perturbada e pessimista. O filme retrata um futuro distópico que modificou a maneira como os filmes de ficção científica vinham representando o futuro no cinema, sendo um precursor do gênero cyberpunk. Com isto, o objetivo desta pesquisa é analisar os elementos distópicos presentes no filme “Blade Runner” (1982) por meio do estabelecimento de relações com seu contexto histórico e suas projeções para o futuro. A película é hoje um dos mais cultuados filmes de ficção científica e inova ao trazer o gênero cyberpunk para o cinema enquanto contrapõe obras cinematográficas anteriores, em que se apresentava um futuro limpo, agradável e positivo, originando novas discussões acerca de um possível futuro caótico. A metodologia adotada para a execução desta pesquisa foi a partir do artigo de Marc Ferro “O filme: uma contra-análise da sociedade”. Deste modo, executou-se uma contra-análise do filme, decompondo e analisando os elementos intra-fílmicos que fazem parte da construção da narrativa, de acordo com a relação Cinema-História com ênfase no aspecto distópico, destacando assim os componentes visíveis e não visíveis presentes no filme. Dessa forma, o presente artigo tem como propósito utilizar o universo cyberpunk e simbolismos apresentados em Blade Runner, a fim de adentrar em questões de como a distopia representa uma metáfora à pós-modernidade, demonstrando o contraste entre um avançado desenvolvimento tecnológico e uma ruptura da concepção de sociedade pensada na modernidade.