APRENDER NO TERREIRO: HISTÓRIA, CULTURA E RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANAS PARA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
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Educação nos Terreiros; Ensino de História, História afro-brasileira.Resumo
Após mais de quinze anos de promulgação da lei 10.639/2003, abordar a temática das religiões afro-brasileiras nas escolas perpassa pelo enfrentamento da discriminação e da intolerância religiosa. Neste horizonte, no presente artigo, objetivamos evidenciar o papel dos terreiros enquanto “lugares de memórias” (NORA, 1992), com vistas a aproximar a distância social entre a Escola e os locais de cultos afro-brasileiros, imposta pelo racismo que estrutura nossa sociedade. Desta forma, nos limites deste texto, abordaremos a importância que a memória exerce para a formação das identidades dos sujeitos que professam essas religiões, a partir dos conceitos fundamentais para a compreensão do terreiro enquanto espaço cultural, social e de resistência negra, que preserva diferentes saberes acerca da história e da cultura africana e afro-brasileira. Para tanto, o texto está dividido em três partes: na primeira abordaremos a relação de Exu com a educação nos terreiros e, também, nas escolas, bem como a formação dos cultos africanos no Brasil, escravidão, sincretismo, nações de candomblé e terreiros. Na segunda, discorreremos sobre a relação História, Memória e lugar de memória. Por fim, apresentamos uma proposta de enfrentamento à intolerância religiosa, a partir de reflexões acerca da oficina – que leva o mesmo nome deste texto – realizada em um terreiro de candomblé, ministrada pelos autores, sob o título: “Aprender no terreiro: História, cultura e religiões de matriz africanas para educação das relações étnico-raciais”. Sendo a encruzilhada o espaço de encontros de caminhos, ponto-de-partida ou de chegada, de aproximações e distanciamentos, a narrativa que segue, adotará a mitologia iorubá como forma de aproximar a História e o Candomblé, isto é, a Educação nos e a partir dos terreiros.