O CORPO DO DIABO

REPRESENTAÇÕES IMAGÉTICAS DO MAL NO FINAL DA IDADE MÉDIA

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Autores

  • Edison Bisso Cruxen Universidade Federal do Pampa

DOI:

https://doi.org/10.62236/missoes.v10i3.418

Palavras-chave:

Diabo, Representações do Mal, Fontes Imagéticas

Resumo

O presente artigo propõe apresentar uma pequena trajetória imagética da constituição da corporificação e personificação do Diabo, que se intensifica no final da Idade Média (séculos XIV e XV). O conceito de uma entidade tentadora da humanidade e opositora a Deus, sempre existiu na tradição judáico-cristã e contém um longo percurso histórico em sua construção imagética. O Diabo, tal como imaginado contemporaneamente, com suas características físicas e capacidades de intervenção e corrupção da Criação Divina, é fruto de um pensamento que se consolida na cristandade a partir do final da Idade Média. Neste período, a concepção de um Mal, quase independente da vontade de Deus, inicia sua ascensão, através da possibilidade da existência de um Complô Satânico, que com suas ações poderia levar a Igreja Católica à ruína. As representações imagéticas do Diabo, marcadas pela monstruosidade e terror, ambientadas em espaços infernais, configuram a pura essência do medo da condenação eterna.

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Biografia do Autor

Edison Bisso Cruxen, Universidade Federal do Pampa

Doutor em História pela PUCRS. Professor Adjunto do Curso de História da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA); Coordenador do Laboratório de Pesquisas e Estudos em História Medieval (LAPEHME/UNIPAMPA).

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Publicado

2024-12-28

Como Citar

Cruxen, E. B. (2024). O CORPO DO DIABO: REPRESENTAÇÕES IMAGÉTICAS DO MAL NO FINAL DA IDADE MÉDIA. Missões: Revista De Ciências Humanas E Sociais, 10(3), 01–18. https://doi.org/10.62236/missoes.v10i3.418

Edição

Seção

DOSSIÊ: DIDÁTICA DAS HUMANIDADES: COMO ABORDAR EM SALA DE AULA TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

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