O CORPO DO DIABO
REPRESENTAÇÕES IMAGÉTICAS DO MAL NO FINAL DA IDADE MÉDIA
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https://doi.org/10.62236/missoes.v10i3.418Palavras-chave:
Diabo, Representações do Mal, Fontes ImagéticasResumo
O presente artigo propõe apresentar uma pequena trajetória imagética da constituição da corporificação e personificação do Diabo, que se intensifica no final da Idade Média (séculos XIV e XV). O conceito de uma entidade tentadora da humanidade e opositora a Deus, sempre existiu na tradição judáico-cristã e contém um longo percurso histórico em sua construção imagética. O Diabo, tal como imaginado contemporaneamente, com suas características físicas e capacidades de intervenção e corrupção da Criação Divina, é fruto de um pensamento que se consolida na cristandade a partir do final da Idade Média. Neste período, a concepção de um Mal, quase independente da vontade de Deus, inicia sua ascensão, através da possibilidade da existência de um Complô Satânico, que com suas ações poderia levar a Igreja Católica à ruína. As representações imagéticas do Diabo, marcadas pela monstruosidade e terror, ambientadas em espaços infernais, configuram a pura essência do medo da condenação eterna.
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