A NUDEZ DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: POR UMA NOVA ESTÉTICA ANTINORMATIVA

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Palavras-chave:

Corpo, Esquadrinhamento, Cidadão Livre, Arte, Nudez, Pessoa com Deficiência

Resumo

Em qualquer sociedade, o corpo sempre esteve preso por poderes que lhe impõem limitaçoes e proibições. Contudo, na contemporaneidade avolumaram-se os aparatos de esquadrinhamento do corpo, que têm por objetivo desarticulá-lo e o recompô- lo a partir de normas estabelecidas. A partir dessa maquinaria, constrói-se uma compreensão binária da corporeidade humana: de um lado, os sadios, os belos, os normais e os eficientes; do outro, os doentes, os feios, os anormais e os deficientes. Esse binarismo edifica uma estrutura hierárquica na qual aqueles que estão no primeiro grupo devem controlar os que estão no segundo, destruindo o “eu” ao dizer quem ele é e o que ele não deve ser. Diante desse cenário, é proeminente que construamos um ambiente no qual seja possível a formação de cidadãos livres, que sejam artistas de si mesmos, que façam de suas vidas obras de arte e construam sua própria significação de corpo em suas várias facetas, inclusiva da nudez. Esse artigo pretende refletir acerca da nudez antinormativa da pessoa com deficiência, procurando responder às seguintes problemáticas: O que é um corpo? Quais as implicações de se possuir um corpo anormal? A pessoa com deficiência possui um corpo que carrega em si uma estética?

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Biografia do Autor

Fábio Abreu Passos, Universidade Federal do Piauí

Doutor em Filosofia. Professor/Investigador do Departamento e do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Piauí – UFPI.

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Publicado

2024-07-17

Como Citar

Passos, F. A. (2024). A NUDEZ DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: POR UMA NOVA ESTÉTICA ANTINORMATIVA. Missões: Revista De Ciências Humanas E Sociais, 6(4), 148–164. Recuperado de https://revistamissoeschs.com.br/missoes/article/view/283

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